Muito antes de ser esse Ronnie Von piegas da TV Gazeta, o “Príncipe” se aventurou por caminhos psicodélicos, lançou três discos que nada tinham haver com o que seus amigos de Jovem Guarda estavam fazendo.
A primeira vez que ouvi falar desse lado psicodélico do Ronnie foi em um dos programas do João Gordo, na saudosa MTV, em uma época em que a internet ainda não dominava o mundo e as tardes da TV mais pop da história, faziam nossa alegria.
Pois é, essa fase da carreira do Ronnie é tão cultuada que o João Gordo, citou um desses discos para o seu público.
Ronnie Von – 1969
Nesse disco Ronnie abordou assuntos relevante da época e não economizou na ousadia da sonoridade, com instrumentos tipicamente brasileiros com arranjos que fazem lembrar músicas tropicalistas. Numa mistura de rock’n’roll com música erudita.
A própria capa do disco já retrata bem o espírito do cantor na época.
Era uma época em que se consumida música de forma diferente, as gravadoras buscavam singles que tocassem nas rádios e claro, discos que vendessem bem.
Lançado originalmente em 1969 o LP não foi sucesso de vendagem, mas mesmo assim Ronnie não abaixou a cabeça e lançou naquele mesmo ano Ronnie Von – A Misteriosa Luta do Reino de Parassempre Contra o Império de Nunca Mais.
Ronnie Von – A Misteriosa Luta do Reino de Parassempre Contra o Império de Nunca Mais
Este nome gigante foi uma forma de protesto do naquele momento, rebelde Ronnie Von, que queria lançar o disco com o mesmo nome do seu trabalho anterior, mas a gravadora Polydor não concordou, o resultado foi esse nome gigante.
Nesse segundo trabalho da sua fase psicodélica, ele gravou músicas de diversos compositores brasileiros, como por exemplo, Tom Jobim à Benito Di Paula. Mas como uma espécie de Joe Cocker, ele criou arranjos diferentes e ousados para as canções.
Ronnie Von – A Máquina Voadora
Em 1970 ele lançou A Máquina Voadora que pode ser considerado quase que um disco conceitual por apresentar diversas referências ao livro Pequeno Príncipe de Saint-Exupéry.
Esses são três discos indispensáveis para que coleciona LPs.
A rebeldia de Ronnie Von ficou para trás, muitos anos atrás, nada tem haver com o “tiozinho” que hoje chama seus convidados nas noites da TV Gazeta de ‘queridinhos’ e ‘queridinhas’. Mas não é a toa que esses seus trabalhos são tão cultuados.
Para homenagear essa época do “príncipe” resolvi separar o vídeo de uma das minhas cancões preferidas desses três discos, Canto de Despedida:
Ahhhh!!!!
Vale informar que não faz muito tempo, uma fábrica brasileira relançou os três álbum em prensagens premium em Lps de 180 gramas, a partir dos tapes originais gravados.